quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

De corações apertados...

Filha, quando grande você vai entender que uma das coisas mais angustiantes da vida é ter um coração apertado. Não sei se existe sensação maior ligada ao fato de sermos gente de verdade.

Quando adolescente eu vivia com o coração apertado, cada briga com seu pai era a sensação de que não voltaria mais. Cada separação a dúvida do que fazer com aquele futuro onde eu já me via casada com ele.

O tempo passou e hoje, mãe, sua mãe, meu coração se aperta e parece que vai ficar do tamanho de um grão de arroz, nas madrugadas em que você fica doentinha... que quero resolver tudo e não consigo, então seguro você e começo rezar.

Nos momentos em que tenho que te dizer não e manter a expressão séria, mesmo doendo, mas sabendo que isso vai te fazer crescer melhor.

Os momentos que te vejo no álbum com 1, 2 meses, choro ao lembrar que achava que não ia saber cuidar de você, hoje vejo que pra ser boa mãe, basta apenas se doar.

Mas o momento que mais aperta o coração é quando não tem mais espaço pra guardar tanto amor. É como se fosse um ônibus de 70 lugares para 2000 passageiros, um jogo do timão contra o Palmeiras com 30 ingressos pra vender. Falta espaço pra tanto amor. Que do coração transbordante passa para os pulmões, fígados e rins... quando percebo, quando sinto, sou toda você filha, o amor que você me dá é que me liberta.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Olhando você e seu pai...

Sem querer minha visão foi presenteada com algo tão belo.
Vi ali na minha frente, a mãozinha dela, sobre a mão dele.
Uma mão grande, forte, presente e uma mãozinha pequena, mas firme.
Uma morena, outra branquinha.
Sobrepostas.
Mas há ali tanta coisa além de duas mãos
Há uma união que começou há muito tempo atráz, pedaços e fragmentos dessa mão formaram a pequenininha.
Uma mão que guia a outra, ele, a leva pelos caminhos
mas ela dita o caminho, antes por ele nunca seguido
o caminho de ser pai
o caminho de ser feliz